segunda-feira, 7 de setembro de 2020

MERCADO DE PROXIMIDADE DE ALIMENTOS SAUDÁVEIS NO PROJETO DIÁLOGO DE SABERES DA UFSJ

 PROJETO: PROGRAMA DE DIÁLOGOS DE SABERES UFSJ: 

Entrevista Rádio São João – Programa do Geraldinho – Jornal da 10 


https://tudoradio.com/player/radio/4429-radio-sao-joao-del-rei


Tema da Conversa: MERCADO DE PROXIMIDADE DE ALIMENTOS SAUDÁVEIS NO PROJETO DIÁLOGO DE SABERES DA UFSJ

Entrevistador: Geraldinho

Entrevistado: professor SHIGEO SHIKI. Doutor em Economia, Professor Aposentado da Universidade Federal de Uberlândia e  desenvolve atividades no PROGRAMA DIÁLOGOS DE SABERES da UFSJ.


1. O que é o mercado de proximidade?

É lugar de troca entre produtor de consumidor. No caso de alimento saudável a feira do produtor é o exemplo mais conhecido e significativo, mas tem as bancas de produtores no mercado municipal, barracas de produtores, postos de venda de cooperativas de produtores. Nestes locais, os consumidores têm contato direto com os produtores. Os alimentos à venda podem comprados e além disso, conhecer o produtor vendedor e conhece-lo, e o mais importante, saber dele como o alimento foi produzido. Esta relação de proximidade pode prosperar, como acontece sempre, em amizade, confiança, solidariedade, fidelidade, reciprocidade. 


2. Por que o mercado de proximidade é importante para garantir a Segurança Alimentar e Nutricional?

A segurança alimentar e nutricional é um conceito já bastante discutido neste seu programa, mas basicamente pretende garantir a erradicação da fome, que tem dois requisitos importantes: 1) a quantidade suficiente de alimentos para ter seu café da manhã, o almoço e a janta garantidos; e 2) a qualidade nutricional e sanitária dos alimentos consumidos. 

O primeiro é resolvido com as famílias tendo uma renda suficiente para comprar uma cesta básica, que aliás, o seu valor está aumentando como apareceu no noticiário recentemente. A bolsa família e o auxílio emergencial está salvando milhões de pessoas nesta pandemia da fome quantitativa. 

O segundo requisito, o da qualidade é o mais esquecido porque ele é invisível. As pessoas passam fome deste tipo por não saber o que está comendo. Qualidade não é somente a aparência do produto, o sabor, a embalagem. É preciso saber como foi produzido, quem produziu, de onde vem a produção. 

A proximidade ou a relação direta com o produtor do alimento permite ao consumidor saber como, onde e quem está produzindo. Esse é o DIÁLOGO DE SABERES que essa proximidade permite. O produtor agroecológico vai dizer onde fica a sua propriedade, diz que não usa veneno nem adubo químico, respeita as leis da natureza, e assim não polui a terra, nem a água. Diz que quem trabalha são gente da família, que consome boa parte do que produz. 

Alimento de qualidade é alimento sem veneno, sem uma porção de aditivos que os alimentos industrializados contêm, que está escrito bem pequenininho que pouca gente lê. Quando lê, não consegue entender o que significa. O que é um estabilizador, flavorizante, aromatizante, os ingredientes químicos, que dão sabor especial e longa duração na geladeira, mas e a saúde? Ninguém sabe como é feito, nem de onde vem. 

O consumidor mais esclarecido pode dizer que as frutas, as hortaliças e tubérculos são monitorados pela ANVISA para manter os níveis de resíduos de agrotóxicos estejam em níveis toleráveis. O último relatório da ANVISA mostra que 23% da amostra de frutas, hortaliças e tubérculos analisados, apresentaram INSUFICIÊNCIA no LIMITE MÁXIMO DE RESÍDUOS (LMR) !!!  Quando você não sabe de onde vem estes alimentos não dá para saber se o que está consumido está contaminado ou não. Por isso é importante saber de onde vem e como é produzido o que está comendo.  


3. O consumidor está preocupado com a qualidade do alimento que consome? 

Penso que há uma preocupação crescente, desde que uma doença chamada DOENÇA DA VACA LOUCA aterrorizou os consumidores europeus do risco alimentar, ou da falta de segurança de consumir alimentos desconhecidos. O crescimento do mercado de alimentos naturais, o crescimento de alimentos orgânicos, no Brasil e no mundo a taxas altíssimas. O problema dos orgânicos é o preço, que está alto para a maioria da população. Só a classe média alta consegue consumir. A esperança está no alimento agroecológico, produzido pela agricultura familiar, que pode oferecer o alimento de qualidade orgânica, mas mais barato ou quase igual ao alimento produzido convencionalmente, que a gente encontra nos supermercados e sacolões. É a aposta do Projeto Diálogo de Saberes da UFSJ. 


4. Questionário destinado a pequenos comerciantes, produtores artesanais e prestadores de serviços. Ligar para tel: Márcio Reis (31)98877-4673; Ana Flávia (32) 98453-0676. (Whatsapp)


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